Pedro Pascoinho – NADA – O triunfo do silêncio

Gil Maia, Constructiones Valetudinarii IX, 2014, óleo sobre tela, 60x60 cm BD
Gil Maia – Constructiones Valetudinarii IX
Pedro Pascoinho, Unclear I, 2023, carvão sobre papel fabriano, 70x90 cm BD
Pedro Pascoinho – Unclear I
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Pedro Pascoinho – NADA – O triunfo do silêncio

Pedro Pascoinho_Nada_O triunfo do silêncio-06

Pedro Pascoinho - NADA - O triunfo do silêncio

Pedro Pascoinho_Nada_O triunfo do silêncio-06

Galeria Sete sente-se muito honrada por apresentar  a exposição NADA - O triunfo do silêncio de Pedro Pascoinho
 que terá início no dia 17 de junho, sábado, das 17h às 20h, prolongando-se até 08 de setembro de 2023.

Hoje tudo parece ter que ser excessivo como se o excesso fosse necessária prova de vida.

Tudo menos o silêncio, que num mundo de alarido, demasiados tendem a considerar opressivo e deprimente,
coisa para produzir e consumir com muita moderação.

Escreve-se muito sobre Arte, fala-se muito de algo que é para ver, fazem-se muitos eventos sociais com muita gente
a pretexto de (supostamente) apreciar uma coisa que afinal não fala às multidões mas aos quietos, aos inativos, aos
atentos, aos solitários, que se faz ouvir tanto mais quanto maior for o silêncio.

E do artista, neste mundo ruidoso, é urgente que pense, que capte o essencial, que faça obra e arte e que a linguagem
em que se expresse seja a das formas, das cores e sensações que sente que ressoam com ele e com a realidade que ele vê,
silenciosamente. Só assim pode aparecer o inaudito; ainda que seja um desenho-pintura de um quase nada que nos traz
memória difusa de um tempo antecedente, suspenso, que ainda ecoa num silêncio triunfante.

Algo que, já há décadas, nos tenta ensinar Deleuze*:

“O problema já não é levar as pessoas a exprimir-se, mas fornecer pequenos momentos de solidão e de silêncio nos quais
elas possam encontrar qualquer coisa para dizer. As forças repressivas não impedem as pessoas de se exprimirem mas,
pelo contrário, forçam-nas a isso. Que alívio não ter nada para dizer, ter o direito de nada dizer, pois só então se torna
possível apoderarmo-nos dessa coisa rara, cada vez mais rara: o que vale a pena ser dito.”

*Gilles Deleuze, Conversações, 1972-90, Fim de Século Edições, 2003

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